Vens,
criatura desgraçada, tocar-me com essas repugnosas mãos, cheias de sangue, no
meu corpo antes limpo, agora amaldiçoado.
Queres ser
dono de mim, de tudo o que faz ser-me eu! Mas nunca és, e se depender de mim,
nunca serás! Reparas nisso, de parvo não tens nada, e maltratas-me, torturas-me
a fim de me fazeres ceder. Mas se depender de mim, nunca me irei submeter a ti,
nunca irei ser tua, nunca! Novamente…
Já foi tua,
no meu tempo de inocência, no meu tempo de ignorância ao teu ser, mas não
soubeste lidar comigo, para tua desgraça, e agora, que sei quem és, me fechei
para ti… ardes de loucura por voltar, mas eu não te deixo invadires-me,
repugnante e pobre criatura, agora sei quem és, o monstro sujo que só mostras a
quem queres amaldiçoar.
Podes me
tocar, podes me torturar, é só um corpo, um dos muitos que já tive e terei, mas
a minha alma, o meu ser, puros continuarão, neles nunca voltaras a entrar, eles
nunca mais te irão pertencer…
Por isso,
grita para ai, grita de dor, chora de desespero, besta maldita, por mais que
faças, por mais que queiras, por mais que tentes, de mim, salvação nunca
receberás! Por mim na desgraça ficarás, pois outra coisa não mereces…
Agora tu é
que me pertences, a cada toque teu, a cada ameaça tua, a cada desprezo teu,
pertences-me… e a partir de ti, voltarei a renascer, e caíras para sempre no
desespero dos loucos.
(Escrito em Outubro de 2009)
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