Sinto o
vento norte a bater-me na cara. Ele seca as minhas lágrimas que teimam em cair.
Estou a descer a minha rua devagar, a afastar-me lentamente da minha casa.
Não está
frio, mas mesmo assim, aconchego-me no casaco do meu pai, que apesar de tantas desilusões,
continuo a amar…
Vou buscar o
pão para o pequeno almoço, e ainda esta de noite.
(…)
Subo a minha
rua, e agora o vento dá-me de trás e as lágrimas já secaram. Olho, no meio da
escuridão, para a casa a que chamo de lar. Tantas memorias e mágoas que ela
esconde entre as suas paredes, o que me da um nó na garganta ao aproximar-me
vagarosamente dela.
Trago o pão
na mão direita e uma pedra na mão esquerda, aperto-a para assegurar as lágrimas
que querem voltar a cair.
(…)
Perto da
porta penso em fazer um sorriso, mas prefiro simplesmente secar as lágrimas.
Por mais dor que tenha, por mais más recordações que tenha, esta é a minha casa,
estas são as paredes e o tecto onde as pessoas que mais amo vivem, não preferia
estar noutro lugar!
(Escrito no Verão de 2008)
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